Baterias podem minimizar problemas em torres de transmissão

Tecnologia pode ajudar a evitar eventuais desabastecimentos de energia elétrica por até algumas horas
Baterias podem minimizar problemas em torres de transmissão
Foto: Canva

Após identificar ações de vandalismo em três torres de transmissão e de ter criado um gabinete especial para monitorar a situação, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) disparou um alerta ao setor para que geradoras, transmissoras e distribuidoras acionem planos de contingência para minimizar os efeitos de eventuais novos ataques. 

Mesmo com a medida de prevenção sendo um ponto importante tomado pela Agência, profissionais do setor de energia destacam que outras iniciativas também podem ser aplicadas para minimizar não só eventuais impactos causados por vandalismo, como também por eventos climáticos de maior intensidade em linhas de transmissão. 

Um deles, por exemplo, é o uso de bancos de baterias em regiões próximas às torres de energia, conforme explica Rogério Costa, consultor de energia com experiência em sistemas de armazenamento.  

Segundo ele, o uso da tecnologia pode, entre outros benefícios, evitar a interrupção de energia elétrica em serviços considerados essenciais – como hospitais e indústrias – por um período em que as autoridades técnicas possam fazer as correções necessárias na linha de transmissão. 

“Hoje, temos as torres transmitindo a energia de um ponto A para um ponto B e, se você tem um sistema de armazenamento no ponto final desta linha, você tem uma contingência de três a quatro horas para resolver o problema e não deixar com que uma cidade inteira fiquem sem energia neste período” explica ele. 

Além de ajudar a minimizar os problemas de uma eventual falta de abastecimento, Costa comenta que o uso da tecnologia também reduz o risco de sobrecarregamento das linhas de transmissão, uma vez que quando se tem um banco de baterias pode-se fazer um fluxo constante de energia ao longo do dia ao invés de ficar registrando picos na linha de transmissão.

“Hoje, se tem uma linha no Norte ou Nordeste, onde tem muita incidência de energia renovável, podemos usar a bateria para regular a tensão, a frequência e usá-la como sistema de capacidade – evitando o despacho das termelétricas quando há pouca chuva. Além disso, pode servir como um sistema de contingência em caso de queda de uma linha”, pontuou. 

O emprego da tecnologia em projetos relacionados à transmissão de energia não é uma novidade no Brasil. Recentemente, em dezembro deste ano, o primeiro sistema de baterias em larga escala do país entrou em operação no interior de São Paulo. 

O sistema foi instalado na Subestação Registro (SP) e ocupa uma área de aproximadamente 5 mil metros quadrados – o equivalente a metade de um campo de futebol.

A arquitetura do sistema, fruto de um projeto de inovação da ISA CTEEP e com apoio do Programa de P&D da ANEEL, atua nos momentos de pico de consumo, como um reforço à rede elétrica, evitando assim a interrupção no fornecimento de energia no Litoral Sul Paulista.

Foto de Henrique Hein
Henrique Hein
Atuou no Correio Popular e na Rádio Trianon. Possui experiência em produção de podcast, programas de rádio, entrevistas e elaboração de reportagens. Acompanha o setor solar desde 2020.

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